“Criatividade é a palavra chave para a sobrevivência
neste mundo tão competitivo. E isso é que não falta para o artesão Jairo
Nicolau. Cheio de disposição, procurou outras formas de conquistar o
público; hoje vive somente da torção de arames que com suas formas e
cores atrai todos que pela exposição passam”
Pernambucano, o artesão Jairo Nicolau da Silva, 43, pai de Fabiana, 22;
Rodrigo, 18, e Diego, 12, sempre usufruiu de sua criatividade para
sobreviver. Foi ela que lhe proporcionou a liberdade de estar em
qualquer lugar que seu destino o levasse ou ele desejasse estar. Assim
conheceu quase todo o país, cidades como Olinda, Natal, Santa Catarina e
estados como Tocantins, Maranhão, Sergipe e tantos outros... Mas foi
Ubatuba que escolheu para viver até o final de seus dias. Há vinte e
três anos, veio passar um final de semana aqui e nunca mais voltou; foi
aqui que nasceu seu filho mais novo. Quando chegou, disse que estava
“com uma mão na frente e outra atrás”. No início, fazia trabalhos com
cocos e mandalas de arame, mas este trabalho já tinha outras pessoas
comercializando, então lembrou-se que em uma de suas viagens tinha visto
uma miniatura de bicicleta confeccionada com arame, já tinha alguma
experiência com torção deste material, o mesmo usado nas mandalas, e
tentou arriscar. Depois das bicicletinhas, que hoje é seu carro-chefe,
vieram outras peças como caravelas, insetos, diversos tipos de
instrumentos musicais, pescadores, motocicletas (peças excepcionais),
corações e tantas outras.
Ele diz que sempre ouve a sugestão dos clientes, muitas peças são
criadas na hora, e sempre que o cliente deseja ele as personaliza s com
seus nomes torcidos na hora. Outros trabalhos feitos sob encomendas são
os parques de diversão, igrejas e qualquer outro cenário que desejarem.
As
miniaturas
também ganham sofisticação quando colocadas em caixas vitrines, mas este
também é outro trabalho apenas sob pedidos especiais. Suas peças levam
de 15 minutos a 4h30 para serem confeccionadas, dependendo da exigência
de cada uma. Os arames usados são sempre opaco, latão e alumínio, para
garantirem a qualidade do produto (não enferrujam) e todos são encapados
com os coloridos ‘espaguetes’, um a um.
Jairo diz que o que faz é mais que um trabalho, é uma terapia. Ele já
teve comércio durante um ano e meio, largou tudo e voltou a ser artesão.
A única coisa que lamenta é que na baixa temporada ele viaja para outras
cidades do Brasil para participar de feiras e eventos para poder vender
suas peças, mas sonha com o dia em que Ubatuba ofereça condições para
que ele e tantos outros possam ficar durante todo o ano aqui.
Quem quiser conhecer e adquirir suas peças é só procurá-lo na feirinha
hipy, nos finais de semana, feriados e temporada ou em seu ateliê
residencial, sito à rua Praia da Almada, 193 - Perequê-Açu, ou deixar
recado através do telefone (12) 3832-5981 com Cebinho que ele retorna a
ligação.
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